No Correio Brasiliense:
Acidogroove e Noite FDE no Correio Braziliense:
Destaque do rock de Uberaba, a banda Acidogroove toca hoje pela primeira vez em Brasília, na segunda edição do projeto Noites Fora do Eixo
Pedro Brandt Publicação: 19/03/2010
Minas Gerais é um estado que, mesmo integrado ao circuito alternativo do rock há muito tempo, parece exportar menos bandas novas – e interessantes – do que poderia sugerir sua rica tradição musical. Será que os mineiros estão escondendo o ouro? Vindo de Uberaba, o quarteto Acidogroove é um desses pequenos tesouros a serem descobertos.
Formada em 2006 (na época como um quinteto), a banda lançou seu primeiro EP no ano seguinte. Por conta desse material e de sua performance ao vivo, o Acidogroove logo chamou a atenção. “Depois de ganharmos o Prêmio Toddy como banda revelação em 2007, fomos convidados para tocar em festivais como Jambolada, Araraquara Rock, Grozelha Fuzz, Marreco e Novas Tendências, além de algumas casas de shows e pubs”, lembra o guitarrista e vocalista Fred Pinheiro.
O rápido reconhecimento, ele conta, pegou a banda de surpresa. “Por causa do prêmio, 2007 foi o ano do susto – não estávamos esperando e nem prontos. Pelo fato de morarmos no interior de Minas, onde tudo é um pouco mais complicado, não soubemos aproveitar o spot que a mídia especializada estava mirando na banda. Não fizemos muitos shows. Mas aproveitamos o tempo pra compor, ensaiar, amadurecer, sabe?”
Esse tempo de amadurecimento resultou no primeiro disco do Acidogroove. Já gravado, o álbum espera apenas a masterização para ir à fábrica. O lançamento será uma parceria entre os selos Sapólio Rádio e Gravadora Discos (de Gabriel Thomaz, do Autoramas). Enquanto o disco não sai, as músicas já podem ser conferidas ao vivo. Hoje, o grupo toca pela primeira vez em Brasília. Eles vêm à cidade a convite do Coletivo Esquina, para participar da 2ª Noite Fora do Eixo.
Fred conta que a banda surgiu da vontade de amigos de tocar. Além do vocalista, integram o Acidogroove Guilherme Brasil na guitarra e na voz, Fabiano Morais no baixo e Fábio Meirelles na bateria. A proposta musical deles continua a mesma desde o começo – e apesar do nome, o som deles não tem nada de funk e nem é tão corrosivo quanto possa se imaginar.
“Gostamos bastante de harmonias trabalhadas. As guitarras se costuram e dialogam com a voz, o baixo bem detalhado no melhor estilo Clube da Esquina e Tropicália com uma bateria de ritmo pulsante e letras que falam do cotidiano urbano. Tento fazer meio que um conto-canção, saca? Sou filho de artista plástico, meu pai me ensinou a enxergar as pessoas e ver o quanto são ricas, com suas histórias importantes. Sou do interior de Minas, gosto de um ‘causo’”, detalha Fred. Sobre as principais influências, ele cita de Kinks a Queens of the Stone Age, de Hendrix a Beatles, de Mutantes a Beach Boys.
Los Hermanos é outra banda que salta aos ouvidos nas passagens de algumas canções. “Devemos ter um pouco de Los Hermanos mesmo. É uma banda que admiramos muito por ter trazido de volta uma musicalidade mais rica pro rock brasileiro. É natural existirem bandas que falam a mesma língua, mas no caso do Acidogroove procuramos uma originalidade, mesmo que utópica”, comenta Fred.
No show de Brasília, a banda estará divulgando um single com duas das músicas do disco de estreia. Júlia em firmamento e Lampejo dão uma noção do que está por vir: poesia do cotidiano emoldurada por arranjos bem cuidados e guitarras em primeiro plano.
Fonte: Correio Braziliense
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